sexta-feira, 3 de abril de 2009

Artigo

Banco de alimentos é alternativa

A ONG Banco de Alimentos, em São Paulo, mostra que é possível fazer a ponte entre onde sobra e onde falta alimento

13 Dez 2008 - 13h24min

A economista Luciana Chinaglia, 46, há muito se questionava sobre o problema da fome e do desperdício de alimentos no Brasil. "Um dia me perguntei se ia continuar só pensando ou se ia fazer alguma coisa", conta a presidente-executiva da ONG Banco de Alimentos, que há dez anos abraça a missão de fazer a ponte onde sobra e onde falta alimentos. Hoje a ONG é um exemplo de que com solidariedade e consciência dá para amenizar a fome dos milhares de brasileiros que não tem o que comer. "Tudo começou com recursos próprios. Acredito que a transformação é o pensamento em ação", diz.

Luciana destaca que o comportamento de desperdício - que nem é só dos brasileiros - está diretamente associado a uma falta de consciência das pessoas em relação ao problema da fome. "A gente desperdiça tudo. Desperdiçamos alimentos, água, energia, dinheiro público. É que o brasileiro tem pouca consciência". Para Luciana, a idéia de que existe uma lei que proíbe a doação de alimentos é equivocada. O que ocorre é que não existe uma lei que proteja o doador de uma possível ação civil ou criminal em caso de queixa de intoxicação. "A lei deveria ajudar o cidadão e não atrapalhar", critica a economista.

Para evitar problemas, a ONG faz a seleção dos alimentos em condições de consumo onde, ao receberem as doações, as instituições beneficiadas assinam um recibo atestando a qualidade dos produtos disponíveis. A ONG recebe doações de alimentos in natura e industrializados.

O preço

O papel da ONG Banco de Alimentos não se restringe apenas a distribuição dos alimentos doados. Ao receber os alimentos, cada uma das mais de 50 instituições atendidas se comprometem em participar de ações educativas voltadas para o uso correto dos alimentos evitando assim o desperdício. "Ensinamos como aproveitar integralmente o alimento, a forma correta de armazenar, dicas de higiene e nutrição. Essas informações impactam diretamente na saúde dos atendidos. Passam a comer melhor e comida é o primeiro remédio", explica Luciana, contextualizando que ao evitar o desperdício, a quantidade de lixo produzida também diminui, gerando efeitos positivos para o meio ambiente. "São dois brasis. O Brasil que tem muito está um pouco acomodado e isso tem que mudar. Cada um de nós é responsável pelo mundo a sua volta", finaliza. (Dalviane Pires)

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